Com a seca, a produção de leite do estado foi reduzida para 425 milhões de litros/ano
Avaliar o passado, incluindo os prejuízos de mais de dois anos de seca, e traçar estratégias para o desenvolvimento da indústria são objetivos principais do IV Encontro das Indústrias Baianas do Setor de Leite e Derivados, que acontece nesta sexta-feira, 20, e sábado, 21, no Catussaba Resort, em Salvador.
Realizado pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite da Bahia (Sindileite-BA), o evento reúne empresários, órgãos públicos e também instituições de pesquisa e agronegócio. A expectativa de público é de 400 pessoas.
Para o presidente do Sindileite, Paulo Cintra, essa é uma oportunidade de realizar a promoção de capacitação, divulgação de informações e integração do setor.
«Vamos ter palestras de pessoas que tíªm expertise em leite e laticínios. Mas o encontro não vai falar só de produção, mas de mercado futuro, inovação e tecnologia», afirma Cintra.
Queda drástica
O ano passado foi duro para o setor, que teve 12 laticínios fechados devido í seca, com a perda de 450 empregos diretos. Esse número é o oficial. «Se formos contar, também, com os laticínios clandestinos, vamos ter uma situação de horror», diz Paulo Cintra.
Os produtores do estado, que antes da seca atendiam a 70% da demanda do mercado consumidor interno -Â o equivalente a 850 milhões de litros de leite por ano -, tiveram essa capacidade reduzida pela metade.
De acordo com o sindicato, num cenário favorável, a pecuária leiteira do estado deve demorar entre dois e tríªs anos para recuperar-se. Esse é o tempo de repor as matrizes (em um rebanho de leite, elas são as produtoras de bezerros e de leite).
O presidente do Sindileite explica que, com a seca, a produção leiteira diminuiu e os produtores pararam de investir em novas matrizes.
Apesar de sua extensão territorial, a Bahia nunca teve uma produtividade que garantisse a autossuficiíªncia. O extremo sul e parte do sudeste do estado, em municípios como Itapetinga e Itabuna, há uma maior concentração dessa produção.
«Temos um excelente mercado consumidor, mas que a gente não atende», afirma Paulo Cintra. «Veja o exemplo de Minas Gerais, que possui regiões que são grandes produtoras de leite. Lá, mesmo quando os preços do mercado são desanimadores, o produtor tem estímulo para investir porque não há seca. Aqui enfrentamos problemas climáticos», diz.
Ciente da necessidade de dar suporte aos produtores de leite do estado, o Sindileite vai correalizar em novembro que vem a primeira edição Simpósio Internacional sobre Produção Competitiva de Leite Nordeste (Interleite).
http://atarde.uol.com.br/economia/materias/1534831-evento-debate-estrategias-para-o-setor-leiteiro-baiano