Produtores rurais participaram do 1º Fórum de Sustentabilidade
Tríªs Lagoas passará a contar com dois laticínios até o final deste ano. Além da usina de leite que será implantada no distrito de Arapuá, os produtores rurais do assentamento Pontal do Faia receberão investimentos do setor privado para a produção e pasteurização do leite in natura.
O projeto de construção de um laticínio para atender aos produtores rurais faz parte das obras mitigatórias da Eldorado Brasil Celulose, em parceria com a Prefeitura de Tríªs Lagoas e o Serviço Nacional de Apoio a Micros e Pequenas Empresas (Sebrae).
Segundo o gerente de Sustentabilidade da Eldorado, José Caveanha, a iniciativa surgiu em 2009, durante um dos fóruns realizados para debater as ações mitigatórias a serem desenvolvidas pela empresa por conta da implantação da unidade no município. A princípio, a intenção era construir um centro cultural para os assentados. Entretanto, o projeto foi reformulado para a implantação de um laticínio a fim de atender aos produtores. Hoje, o Pontal do Faia, assim como a região do Arapuá, é uma das maiores produtoras de leite de Tríªs Lagoas.
“Durante as conversas, foi verificado que um centro comunitário não traria melhoria na renda e na qualidade de vida daquela comunidade. Então, o projeto foi reformulado para atender melhor a esses produtores que, hoje, ficam reféns do mercado, sem poder de barganhaâ€, defendeu.
O pequeno laticínio será construído em uma área de mil m², doada pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) í Prefeitura para a implantação do projeto. Caveanha explicou que í empresa Eldorado, caberá a construção da unidade, que contará com uma área de 250 m². Já a Prefeitura de Tríªs Lagoas ficou responsável pela aquisição de todo o equipamento para pasteurização do leite.
A princípio, a unidade terá capacidade de pasteurização de dois mil litros de leite/dia – o suficiente para atender a produção local existente. Hoje, a produção do leite do Pontal do Faia está em torno de 1,5 mil litros/dia. Desse total, 850 litros/dia abastecem os laticínios de Selvíria e Inocíªncia.
Segundo o gerente da Eldorado, a unidade poderá ter ampliações futuras. Entretanto, os novos passos terão de ser dados pelos próprios produtores. “A Eldorado não quer fazer projetos assistencialistas. Queremos que os produtores caminhem com as próprias pernas. Por isso, vamos fazer auditorias no laticínio para saber se o recurso está sendo bem aplicadoâ€, lembrou.
COOPERATIVA
Para orientar produtores sobre o sistema de cooperativismo e industrialização do leite, o gerente informou que contará com a parceria do Sebrae e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tríªs Lagoas. O objetivo, segundo ele, é fazer com que os produtores rurais criem uma cooperativa que irá gerir o laticínio. “As famílias terão que formar uma associação para que possam comercializar, emitir a nota fiscal e manter uma diretoria constituída para o negócioâ€, lembrou. Também estão previstas capacitações sobre todo o sistema de pasteurização e geríªncia do laticínio.
Por lei, para instituir uma cooperativa são necessários, no mínimo, 12 membros. No entanto, de acordo com Caveanha, na primeira reunião realizada para sensibilizar os assentados, o 1º Fórum de Sustentabilidade que aconteceu na semana passada, em Tríªs Lagoas, pelo menos 40 produtores rurais manifestaram interesse em participar do projeto.
“Este primeiro encontro foi para apresentar o sistema de uma cooperativa. Mas, demos a eles o prazo de tríªs meses para se organizarem e montarem a cooperativa. Enquanto isso, a Eldorado irá buscar as licenças ambientais necessárias para o início das obras. í‰ uma contrapartida deles para nós e uma forma de induzir que eles cresçamâ€, disse.
A previsão é de que a estrutura que abrigará o laticínio seja concluída dentro de cinco meses, após o início das obras. “Nossa expectativa é inaugurar o laticínio até o fim deste anoâ€, completou o gerente da empresa. No entanto, os produtores rurais serão monitorados pela Eldorado por mais dois anos.
O recurso para a construção do laticínio do Pontal do Faia faz parte do montante de R$ 25 milhões que serão investidos em obras mitigatórias nos municípios impactados pela empresa. Desse total, cerca de 20% já foram aplicados.
Além do assentamento Pontal do Faia, os produtores rurais de Arapuá também foram beneficiados por um laticínio. A obra conta com o apoio de outra fábrica de celulose, a Fibria, em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econí´mico e Social (BNDES). O Pontal do Faia possui 45 famílias.
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